24º Dia – Punta Arenas (City Tour – Museu)

Tínhamos praticamente somente este dia para visitar Punta Arenas. Havia chovido durante à noite, mas o dia amanhecia apenas nublado. Demos uma volta no centro e procuramos uma agência para fazer um city tour para ter uma melhor ideia da cidade.

Visitamos 3 agências e optamos pela Frieda Lange & Co (Errázuriz, 950). O tour saiu às 11:00 conosco e mais um casal chileno de Santiago. O guia Rodrigo foi muito atencioso. Ele nos deu um panorama histórico da região, falando da descoberta do Estreito de Magalhães por Fernão de Magalhães em 1520.

Punta Arenas começou como uma colônia penal e, devido ao grande fluxo de navegação no canal, o povoado se estabeleceu como ponto comercial. Mas o começo não foi fácil, uma vez que a região era inóspita e longe da capital Santiago, cujo acesso se dava praticamente somente por mar ou atravessando por terra por dentro da Argentina. Foi feita mais de uma tentativa para estabelecer esta cidade.

A chegada de imigrantes europeus (principalmente croatas), incentivados pelo governo argentino da época para colonizar este “fim de mundo”, foi fundamental para que esta cidade se tornasse o que é hoje. As fazendas de criação de ovelha foram um dos carros-chefe para o desenvolvimento de Punta Arenas.

O porto estabelecido na cidade facilitava o escoamento da produção de lã e a chegada de mercadorias estrangeiras. O porto era passagem obrigatória para os navios que seguiam da Europa para a costa oeste dos Estados Unidos, até o surgimento do Canal do Panamá (1914) que fez com que esta região tivesse uma certa decadência econômica, uma vez que até então o porto de Punta Arenas era a principal ligação entre o Oceano Atlântico e o Pacífico.

Mesmo com este evento, Punta Arenas, atualmente com mais do que 100 mil habitantes, conseguiu dar a volta por cima e hoje é uma cidade próspera ainda pela criação de ovelhas, mas também pela atividade portuária e de serviços e, mais recentemente, pela indústria petrolífera.

A primeira parada do tour foi no cemitério mais antigo da cidade. É um cemitério muito bonito. Inclusive uma pessoa de outra agência nos falou que teríamos vontade de morrer para sermos enterrados nele de tão bonito que é. Detalhe: ele somente não falou que não existe mais lugar disponível para ser enterrado neste cemitério. Sorte nossa!! Hahaha!!! Ficamos por mais de 1 hora caminhando no cemitério, ouvindo às explicações históricas do guia. Ali, estão enterrados muitos dos célebres desbravadores da cidade. É uma história contada em grandiosos mausoléus e túmulos. Já pelos nomes e sobrenomes escritos, podemos observar a grande variedade de estrangeiros que se estabeleceram na região.

Cemitério Municipal de Punta Arenas
Cemitério Municipal de Punta Arenas
Cemitério Municipal de Punta Arenas
Cemitério Municipal de Punta Arenas
Cemitério Municipal de Punta Arenas
Cemitério Municipal de Punta Arenas – Homenagem ao índio desconhecido que supostamente faz milagres na região

Saindo do cemitério, rodamos pela Costanera que é a via às margens do Estreito de Magalhães e nos dirigimos ao Mirador Cerro de La Cruz de onde tivemos uma vista panorâmica de toda cidade. O guia nos explicou que o Rio de Las Minas que corta a cidade ao norte era o limite da cidade antigamente. Passando este rio, somente víamos o que era campo antigamente. De uns 50 anos para cá, a área foi toda habitada e atualmente corresponde ao dobro do que era a região até o rio.

Mirador Cerro de La Cruz – Vista da cidade ao fundo

A próxima e última parada foi a Plaza de Armas Benjamin Muñoz Gamero onde encontra-se um monumento em homenagem a Fernão de Magalhães.

Monumento a Fernão de Magalhães

Em frente a esta praça, encontram-se vários prédios antigos muito bem conservados e que hoje deram lugar a bancos e hotéis principalmente. Entre estes prédios, encontra-se o Palacio Sara Braun. Sara era de origem russa e foi filha de um dos pioneiros de Punta Arenas. Casou-se com um empresário português do ramo de criação de ovelhas. Uma vez viúva, além de herdar uma fortuna considerável, tornou-se também uma empresária de sucesso. Contratou um arquiteto francês e construiu este palacete ao estilo francês, mandando vir da Franca e Inglaterra muitos dos móveis e objetos de decoração que continuam intactos até hoje. Atualmente, além de ser um museu, abriga o Club de la Union.

Palacio Sara Braun

Foram 2 horas de city tour que passaram voando, pois o guia conduziu toda a história de forma impecável.

Já estava passando das 13:00. Pedimos que nos largassem no Mercado Público. Em realidade, o Mercado Público de Punta Arenas teve seu novo prédio recém inaugurado. É relativamente pequeno, mas bem moderno e limpo.

No primeiro andar, encontram-se várias peixarias e uma loja de frutas. No segundo andar, ficam lojas de artesanato e alguns pequenos restaurantes com comida caseira. No terceiro e último andar, fica um grande restaurante chamado “Patio Vistamar” (Costanera del Estrecho, 1466 – 3º Piso), onde almoçamos salmão e congrio simplesmente deliciosos.

Vista do 3º piso do Mercado Público de Punta Arenas

Tínhamos ainda o resto da tarde. Por indicação, decidimos visitar o Museu Regional Salesiano Maggiorino Borgatello. Não foi permitido tirar fotos, mas vale ressaltar que as missões salesianas tiveram muita influência nesta região. Este museu leva o nome do seu idealizador. O museu possui 4 níveis, mostrando a fauna e a flora da região patagônica, as etnias, a missão salesiana e mineralogia entre outros assuntos.

Saindo do museu, fomos dar uma volta na Costanera que, de acordo com o que nos informaram, teve uma total modernização do seu calçadão recentemente.

Calçadão da Costanera
Comorões num antigo pier

À noite, a fome era leve, por indicação do guia do city tour, fomos no “Café Almacén Tapiz” (Presidente Julio Roca, 912), onde comemos um sanduíche quente e torta muito bons. O ambiente é bem agradável e bonito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.

Rolar para cima